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Portugal é um país com forte tradição vitivinícola. Podemos encontrar vinhas e adegas em todo o território, incluindo nas ilhas dos Açores e da Madeira. Ao mesmo tempo os vinhos têm uma reconhecida fama internacional devido a sua elevada qualidade. Existem regiões diferenciadas com um terreno e clima característicos de cada uma devido às diferentes condições edafoclimáticas, de solos e a uma grande variedade das castas adaptadas. Estão contabilizadas cerca de 280 castas diferentes cultivadas em Portugal. No país há duas regiões vitivinícolas protegidas como património mundial reconhecido pela UNESCO: a Região Vinhateira do Alto Douro que inclui a Região Demarcada do Douro (conhecida principalmente pela produção do Vinho do Porto) e a Paisagem da Cultura da Vinha da Ilha do Pico. A vinha é uma cultura de pormenores, precisa de bastantes operações culturais nos momentos certos para não comprometer a sua produtividade e qualidade. Atualmente, assiste-se cada vez mais à mecanização e automatização de grande parte destas operações culturais, de forma a reduzir ao mínimo as necessidades de mão-de-obra. Ainda que o investimento inicial, para a reconversão de vinhas já instaladas, ou a plantação de novas vinhas seja de facto elevado, quando se realiza uma instalação e cultura adequadas, conjugadas com a aplicação de tecnologias inovadoras, consegue-se rapidamente recuperar o investimento inicial, e garantir o retorno do capital empregue.

No passado, o amendoal foi tratado como uma cultura marginal que se plantava onde não crescia nenhuma das outras e em condições de sequeiro. Nas últimas três décadas, estudos científicos têm revolucionado esta cultura em muitos aspetos: novos porta-enxertos clonais mais vigorosos e com maior resistência a doenças, novas variedades de floração tardia para evitar os problemas das geadas primaveris, plantas de entrada rápida em produção, com resistência a doenças e boa qualidade organolética, e finalmente, novas técnicas culturais. A plantação de novos amendoais em solos férteis e a implementação de sistemas de rega, juntamente com novas estratégias de fertilização têm possibilitado a expansão de pomares de amendoal altamente rentáveis o que explica o crescimento em produtividade durante os últimos anos em Portugal e na região transmontana em particular. O amendoal é importante para a manutenção da paisagem e ocupação do território, contribuindo para a conservação dos ecossistemas e o aumento da resiliência aos incêndios rurais. A produção de amêndoa pode ser cada vez mais importante para o aumento de rendimento das explorações com características das existentes numa parte importante de Trás-os-Montes, com as variedades certas e métodos modernos de produção.

Tem sido uma cultura muito importante na economia da região da Terra Fria de Trás-os-Montes. Ainda que nos últimos anos tenha sofrido grandes perdas de produção por causa da seca e pragas, a elevada qualidade organolética das castanhas produzidas nesta região tem mantido preços competitivos, sendo um grande atrativo para estabelecer novas plantações. Na atualidade, tem-se desenvolvido um grande leque de novas estratégias para lutar contra os problemas desta cultura. Os viveiros oferecem novos porta-enxertos resistentes a algumas doenças, com elevado vigor e rápida entrada em produção. Ao mesmo tempo, e de igual maneira que nas outras culturas, as novas plantações, com adequada preparação do solo, aplicações corretas de fertilizantes e instalação de sistema de rega gota-a-gota, podem fazer com que os soutos de castanheiros tenham níveis elevados de produtividade. Ganha especial importância hoje em dia que seja feita uma cada vez menor pressão sobre o solo, garantindo que seja protegido com medidas que promovam o aumento de resiliência das plantas nele instaladas, ao mesmo tempo que se combate a erosão e se melhora o serviço de ecossistemas.

O olival e o azeite são cada vez mais importantes na economia de Portugal e em especial de Trás-os-Montes, sendo um dos principais factores contra o despovoamento da nossa região. Nestes últimos anos, tem-se verificado um aumento significativo no preço do azeite, sobretudo devido à escassez na produção de azeitona, provocada, em grande medida, pela falta de água decorrente de situações de seca, cada vez mais frequentes. É amplamente reconhecido que o olival de sequeiro está a tornar-se cada vez menos rentável. Assim, a implementação de sistemas de rega, a aplicação de compostos refletores e outras medidas para mitigar os efeitos negativos do stress hídrico e das altas temperaturas têm vindo a melhorar significativamente a produtividade das explorações que adotaram estas medidas inovadoras. Saliente-se que o azeite produzido na região transmontana se destaca pelos seus atributos positivos, e que, quando extraído em boas condições nos lagares, tal lhe permite alcançar uma cotação superior aos azeites de outras regiões, comparativamente. Por outro lado, o mercado mundial do azeite continua em constante crescimento, com a procura a superar a produção, o que se tem traduzido num aumento sustentado dos preços. Na atualidade, o azeite está a ganhar terreno em relação a outros óleos, como o de palma, soja ou girassol, devido aos benefícios que oferece para a saúde humana e à sua superior qualidade organolética. Como resultado, países com grandes populações, como a China, Japão e Estados Unidos da América, estão a registar um aumento significativo no consumo. Assim sendo, as novas plantações de olival têm um futuro promissor, sobretudo se adotarem o que de mais moderno existe como práticas culturais. De tal são exemplo em Trás-os-Montes os olivais da Sá Morais Castro Lda., quer no que diz respeito à adaptação dos velhos olivais de sequeiro às novas práticas culturais, quer na instalação dos novos olivais com o que de mais atual se pratica no mundo.